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6 perguntas para Jan-Felix Puschmann

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Jan-Felix Puschmann, 26 anos, é natural de Wilhemshaven, na Alemanha, e está fazendo estágio no nosso Escritório através de uma parceria do programa de intercâmbio da UFRGS. Cursando o 4º semestre da faculdade de Direito, Jan está no Brasil há oito meses e nos conta como está sendo essa experiência:

 

1. Como surgiu a oportunidade de estagiar no Brasil?

Eu acho que foi principalmente a curiosidade de ver como é o trabalho jurídico, na prática, em um país com uma cultura e um sistema jurídico diferentes. Como eu já havia tido uma visão intensiva do mundo teórico do Direito no Brasil, por meio de minhas aulas na UFRGS, o estágio no escritório Paese, Ferreira & Advogados Associados foi o complemento perfeito para obter uma visão do trabalho prático de um advogado também. Fiquei sabendo do escritório de advocacia por meio de uma grande amiga, Anna Watt, que também é estagiária na Paese Ferreira. Ela me contou sobre o que o escritório de advocacia faz e qual é a sua ideologia, o que me fascinou muito e acabou me levando a me candidatar a um estágio.  

 

2. Como está sendo a experiência de trabalhar no nosso Escritório?

Está sendo uma experiência extremamente valiosa e estou muito satisfeito por ter tido a coragem e a vontade de concluir esse estágio. Desde o primeiro dia me senti totalmente bem-vindo e em boas mãos. Sempre me senti como um verdadeiro membro de toda a equipe e sempre recebi tarefas interessantes. Por meio de várias audiências em que pude acompanhar os advogados do escritório e muitas explicações empolgantes, especialmente do Thiago Brunetto, que foi responsável por mim, pude aprender muito sobre a vida cotidiana e os métodos de trabalho de um advogado brasileiro. Além dos muitos aspectos jurídicos que pude aprender, essa experiência também representa um forte intercâmbio intercultural para mim, o que me enriqueceu muito além de minha carreira universitária.

 

3. Qual a maior dificuldade de adaptação enfrentada?

Claramente, o idioma. Cheguei ao Brasil há 8 meses com um vocabulário básico. Embora eu tenha conseguido melhorar muito meu português durante esse período, o idioma jurídico, em particular, ainda é um grande desafio, pois está repleto de termos técnicos difíceis de entender, mesmo para um falante nativo de português que não é advogado. Sou ainda mais grato pela grande paciência e ajuda de meus colegas do escritório, que me explicaram com calma toda a terminologia especializada. Meu vocabulário melhorou muito, especialmente na linguagem jurídica, o que significa que agora sou capaz de entender artigos jurídicos e petições muito melhor e também posso me articular muito melhor em termos jurídicos, uma habilidade que será de grande valor para mim em toda a minha vida.

 

4. Qual seu principal aprendizado até o momento nesse período de intercâmbio?

Certamente tive muitas impressões e experiências diferentes e valiosas nos últimos 8 meses. Por isso, é difícil para mim escolher a mais valiosa de todas essas coisas, mas vou tentar. Acho que aprendi muito com as conversas cotidianas que tive com todos os tipos de pessoas. Seja com o dono do supermercado pequeno da esquina, com o motorista do Uber, com meus colegas e professores da universidade ou com meus colegas do escritório de advocacia. 

Por meio de todas essas conversas diferentes, pude ter uma visão profunda da cultura brasileira, mas também uma perspectiva diferente da vida em geral. Considero esse o meu maior processo de aprendizado, pois também teve um impacto profundo em minha personalidade.

 

5. Em quais aspectos a advocacia brasileira se difere da alemã?

Mesmo que o sistema jurídico no Brasil e na Alemanha seja diferente em vários aspectos, o trabalho de um advogado é, no final das contas, muito semelhante. Na Alemanha, também, o trabalho diário de um advogado envolve a elaboração de petições iniciais, conversas com clientes e participação em audiências judiciais. Uma diferença que notei, entretanto, é a forma como o advogado se apresenta no tribunal. Como a cultura brasileira é mais aberta e, de certa forma, mais emocional do que a alemã, isso também se reflete no comportamento do advogado no tribunal. As apresentações que tive permissão para assistir durante as audiências no tribunal eram muito mais impulsivas. O advogado brasileiro usa mais retórica e emoção durante sua apresentação. No entanto, gostei desse aspecto porque fez com que todo o processo parecesse mais humano para mim. Acho que é importante que o cliente veja que seu advogado também se preocupa com o resultado do caso e com o impacto que ele terá no futuro do cliente.

 

6. Quais seus principais objetivos na carreira?

Sou particularmente fascinado por organizações internacionais que precisam lidar com diferentes países e seus sistemas jurídicos, como, por exemplo, os órgãos individuais da União Europeia ou da ONU. Gosto da combinação de trabalho jurídico e intercâmbio intercultural, que são parte integrante da vida cotidiana de um advogado nessas organizações. Também apoio os valores e objetivos sociais que essas organizações defendem. Com meu intercâmbio no Brasil e meu estágio no Paese Ferreira, estou me aproximando de meus objetivos profissionais. Tenho o privilégio de conhecer um novo país com seu idioma e sistema jurídico. O Paese Ferreira também defende os valores que eu pessoalmente apoio.

 

Texto: Jornalista Christiane Matos (MTb 12.429)
Foto: Arquivo Pessoal