Notícias
Dia de Luta: ‘ataque de Bolsonaro não é só contra servidores, mas contra a existência de serviços públicos’

A proposta de Reforma Administrativa apresentada pelo governo Jair Bolsonaro não significa simplesmente um ataque aos servidores públicos mas carrega uma ameaça maior que diz respeito à própria existência de serviços públicos de qualidade no Brasil. Essa foi a tônica das intervenções de representantes de entidades sindicais do setor público no Ato do Dia Nacional de Luta em Defesa dos Serviços Públicos, organizado pela Frente de Servidores Públicos (FSP/RS), na tarde de quarta-feira (28), em frente ao prédio da Prefeitura de Porto Alegre. O alerta foi reforçado pelo decreto publicado terça-feira pelo governo Bolsonaro que, na avaliação das entidades dos servidores, abre as portas para a privatização do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.
A presidenta do Cpers Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, afirmou que os servidores e suas entidades estavam mais uma vez na rua lutando contra a retirada de direitos, em especial contra o direito da população de ter serviços públicos de qualidade. “Na educação, estamos sofrendo ataques tanto do governo Bolsonaro quanto do governo Leite, que defendem a mesma receita das privatizações. Agora, Bolsonaro quer privatizar o SUS em meio à pandemia. “Nós estamos aqui defendendo o serviço público de qualidade para todos os brasileiros e brasileiras e essa luta terá que ser na rua. O Chile e a Bolívia nos deram o exemplo”, destacou.
Representantes do Cpers na manifestação desta terça. Foto: Luiza Castro/Sul21
Na mesma linha, Rejane de Oliveira, da CSP Conlutas/RS destacou que o governo Bolsonaro quer atacar não só os direitos dos servidores, mas tirar da população o direito a um serviço publico de qualidade. “Querem privatizar esses serviços e entregá-los para o grande capital. Quando o serviço público é de qualidade há ao menos algum grau de distribuição de renda. Como se isso não bastasse, querem colocar estudantes, educadores e nossos familiares em um corredor da morte ao decidirem pela reabertura das escolas ainda em meio à pandemia”, assinalou a sindicalista.
Amarildo Cenci, presidente da CUT/RS, assinalou que o decreto publicado ontem é um ensaio para a entrega do SUS para o setor privado. “A Reforma Administrativa não é só para atacar os servidores. Seu objetivo central é entregar os serviços públicos para o setor privado, é entregar o Sistema Único de Saúde para o mercado. Assim, não se trata de um tema de interesse restrito aos servidores públicos, mas diz respeito à toda classe trabalhadora. Neste cenário, o desafio dos servidores públicos é intensificar o diálogo com a sociedade, construir uma sólida unidade e ampliar a sua capacidade de mobilização”, disse Cenci.
Ato ocorreu em frente à Prefeitura. Foto: Luiza Castro/Sul21
Arilson Wünsch, presidente do Sindiágua/RS, alertou para a necessidade de trabalhar por uma urgente mudança no atual cenário política para evitar o “aprofundamento da tragédia”. “Estão nos destruindo. O saneamento do país já foi, já destruíram o acesso à água aos mais pobres, agora querem destruir o acesso à saúde para os que mais precisam. Precisamos conversar com a sociedade, em especial com os que serão mais atingidos. Temos que mudar o cenário político, porque em 2022 essa tragédia pode continuar e se agravar”, afirmou.
O ato contou ainda com representantes de duas candidaturas à Prefeitura de Porto Alegre. A candidata do PSOL, Fernanda Melchionna, disse que Eduardo Leite e Marchezan vem se mostrando iguais a Bolsonaro na agenda econômica e nos ataques aos servidores e serviços públicos. “Esse momento precisa de uma ampla mobilização para barrar, depois da eleição, no Congresso Nacional a aprovação da Reforma Administrativa e do decreto para privatizar o SUS”, disse a deputada federal. “Estamos vivendo um momento muito difícil”, acrescentou, mas há um sopro de esperança na América Latina como se viu agora na eleição presidencial na Bolívia e no plebiscito no Chile que derrotou a Constituição de Pinochet. “Nós apostamos num programa de enfrentamento aos interesses dos grandes capitalistas. Não há solução para os servidores públicos sem romper com os interesses desses setores. A mobilização é o caminho para as grandes transformações”, afirmou ainda.
Miguel Rossetto (PT), candidato a vice, na chapa de Manuela D’Ávila (PCdoB) à Prefeitura da capital, definiu a estabilidade dos servidores públicos e a instituição do concurso público como patrimônios de toda a população, que tem direito a um serviço publico de qualidade), da sociedade democrática e de um Estado que tenha responsabilidade social. “Quem garante com seu trabalho um serviço público de qualidade é o servidor público concursado. Repudio a tentativa de destruição do serviços públicos e do Estado nacional por meio da Reforma Administrativa do governo Bolsonaro. O decreto de ontem tem por objetivo transformar a saúde em mais um mercado para os fundos financeiros internacionais. Essa é uma luta em defesa do povo brasileiro e da nossa democracia”, disse Rossetto.
Fonte: Sul21
Fotos: Luiza Castro/Sul21
-
01/05/2025
Dignidade para trabalhadores e trabalhadoras
-
29/04/2025
Campanha Salarial SINDISAÚDE-RS 2025: reunião dá início à negociação com SINDIHOSPA
-
30/04/2025
Santa Casa de POA e enfermeiros: regime de banco de horas é irregular
-
17/04/2025
GHC: TRT4 determina reintegração de trabalhadora que faltou ao trabalho em virtude de temporal
-
10/04/2025
GHC: TST reconhece estabilidade de gestante em contrato a prazo determinado