Ir para o conteúdo principal

Notícias

Ato no Postão da Cruzeiro defende SUS e proteção à vida dos profissionais de saúde

https://www.paeseferreira.com.br/images/20200602-ato-na-cruzeiro.jpg

A seção gaúcha da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS) promoveu um ato ao meio dia-dia de segunda-feira (1º), no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul Sul (PACS), em Porto Alegre, em defesa do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e pela garantia de proteção à vida dos profissionais de saúde em meio à pandemia do coronavírus.  “Não podemos permitir o desmonte do SUS, que está sofrendo com o brutal congelamento de recursos públicos após a aprovação da Emenda Constitucional 95, em 2016, logo depois do golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff. Imagine como ficaria o atendimento da população se o Brasil não tivesse o SUS”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, durante a manifestação.

O dirigente sindical criticou o projeto de terceirização da saúde de Porto Alegre e cobrou medidas urgentes do prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) para enfrentar a pandemia, diante do descaso do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) e dos riscos do “distanciamento controlado” do governador Eduardo Leite (PSDB). “Os trabalhadores da saúde, mais do que aplausos e homenagens, precisam ter à disposição os testes do Covid-19, além de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para que possam atuar sob condições seguras de trabalho e higiene, enquanto se arriscam para salvar as nossas vidas”, defendeu Amarildo Cenci.

Participaram do ato integrantes da Comissão de Trabalhadores do PACS e do Conselho Distrital de Saúde – Glória, Cruzeiro e Cristal (CDSGCC), preocupados com a situação estrutural do serviço durante a pandemia, que relataram uma série de irregularidades que colocam os trabalhadores e a população em risco. Representante da CUT-RS no Conselho Municipal de Saúde (CMS), Alberto Terres disse que a comissão dos trabalhadores, criada inicialmente para lutar por EPIs, tentou de inúmeras formas dialogar com a gestão do prefeito.

“Antes do ato, fizemos reuniões com a antiga coordenação do PACS, entregamos vários documentos, que foram colocados em processo SEI (sistema eletrônico oficial de processos da prefeitura) sobre o assunto, pedindo para que a direção do serviço orientasse os trabalhadores em relação à utilização dos EPIs e ao atendimento dos pacientes com suspeita de Covid-19. Mesmo assim, não houve nenhum retorno em resposta às solicitações”, assinalou Terres.

Carta aberta aos Usuários do SUS

A comissão lançou uma Carta Aberta aos Usuários do SUS, pedindo providências para o governo Marchezan em relação a dez itens de alerta relacionados às condições para o atendimento ao Covid-19. Entre eles, a falta de testes para os trabalhadores, a inexistência de um plano de contingência com protocolos e fluxos definidos e de treinamento para atendimentos com segurança.

Além disso, em plena pandemia, não existe uma Comissão de Controle de Infecção na Emergência, e profissionais do grupo de risco com mais de 60 anos não foram afastados do trabalho, descumprindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O documento alerta também que na tenda montada para atender casos suspeitos da doença é utilizado um único banheiro para uso coletivo de pacientes adultos e pediátricos, e dos seis leitos instalados, apenas dois possuem respiradores.

Na semana passada, após denúncia dos trabalhadores, foi realizada uma fiscalização conjunta de diversas entidades de classe da categoria.

Condições precárias de trabalho

Os servidores denunciaram que a capital gaúcha segue em estado de calamidade pública, porém até agora a prefeitura não disponibilizou de forma adequada os EPIs que estão na linha de frente do atendimento do SUS. Tampouco, oferece testes para os servidores saberem se contraíram o Covid-19 ou não.

No PACS, a situação é agravada pela terceirização do setor de Nutrição e pelo fechamento do refeitório, que, inclusive, passa por uma obra em um momento de pandemia, completamente inapropriado para tal.

Diante das dificuldades, os servidores do PACS fizeram uma comissão de trabalhadores para solicitar à gestão que tomasse providências em relação às condições precárias de trabalho.

Reivindicações dos servidores

Os servidores do PACS reivindicam um plano de contingência com protocolos e fluxos definidos para o atendimento de usuários com a doença e o treinamento dos trabalhadores para realizarem os atendimentos com segurança.

Além disso, eles apontam que o Postão conta com apenas seis leitos (três adultos e três pediátricos) e somente dois respiradores no Espaço Covid. Há um único banheiro para uso coletivo dos pacientes (adultos e pediátricos) e não existem protocolos para distribuição de máscaras para os pacientes internados na Emergência em Saúde Mental.

A direção do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) reforçou a necessidade da nomeação dos servidores da saúde aprovados nos últimos concursos, já que os cargos de técnico de enfermagem terão validade expirada no próximo dia 8 de junho.

O ato contou também com a participação do diretor da CUT-RS e do Sintrajufe-RS, Marcelo Carlini, da coordenadora do CMS, Rosa Helena Mendes, de lideranças da União de Vila da Grande Cruzeiro e da vereadora Karen Santos (PSOL).

(*) Com informações da CUT-RS, Simpa, Extra-Classe e Conselho Municipal da Saúde (CMS)

Fonte: Sul21
Foto: Divulgação