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Sindisaúde-RS: três dias de exposições e debates preparam nova diretoria para as lutas de 2020

Em outubro, a nova diretoria do Sindisaúde-RS foi eleita para o triênio 2019/22. E uma das primeiras iniciativas foi a realização de um seminário de formação, ocorrido nos dias 6, 7 e 8 de dezembro, em Oásis do Sul, onde se localiza a colônia de férias do sindicato. O evento teve participação de toda a diretoria e contou com exposições de dirigentes sindicais, políticos, advogados, além de profissionais da economia e sociologia.
- Ser sindicalista demanda um conhecimento muito grande. Porque, evidentemente, o principal é conhecer o local de trabalho, as demandas e as angústias de nossos colegas, até mesmo porque são as mesmas nossas, que somos trabalhadores daqueles mesmos locais. No entanto, quando se chega à posição de diretor sindical, lutar, enfrentar, debater e negociar demanda conhecimento de Direito, demanda entendimento de como se pode fazer pressão política e como se fazer essa pressão, demanda entender as novas formas de luta e resistência que cresceram em importância, como a luta antirrascista e feminista. E esse conhecimento só se adquire ouvindo gente capacitada como as que tivemos oportunidade de trazer aqui - comentou o presidente do Sindisaúde-RS, Julio Jesien.
No primeiro dia, a professora Neiva Lazarotto e o sociólogo Bernardo Corrêa trataram do avanço do neoliberalismo no mundo e no Brasil, em particular, e das consequências que estamos sentindo aqui e nos países vizinhos: “direitos foram para o ralo, desemprego aumentou exponencialmente e a promessa de crescimento sustentado - que os partidários dessa corrente econômica defenderam - não se realizou”. A diretoria, no debate, manifestou enorme preocupação com o fato de grande parte da classe trabalhadora ter sido iludida por essas promessas falsas e, principalmente, pela constatação de individualismo dos trabalhadores mais jovens e consequente ausência de solidariedade.
No segundo dia, o presidente do sindicato, Julio Jessien, e o diretor Valmor Guedes traçaram uma retrospectiva histórica do movimento sindical no mundo e no Brasil, contextualizando as lutas da classe trabalhadora, avaliando a importância dos bons exemplos e onde se deve avançar.
Na sequência, a advogada Raquel Paese, do Escritório Paese, Ferreira e Advogados Associados, que assessora o sindicato, tratou da centralidade do trabalho - como direito fundamental previsto na Constituição de 1988 - e da necessidade de se repudiar o tratamento de mercadoria dado ao trabalho pelos governos que adotam políticas neoliberais. Falou da necessidade de se resgatar a noção de trabalho digno, do trabalho coletivo e não competitivo, e do papel do sindicato nesse sentido; ainda, da grande tarefa que os dirigentes têm em mãos nesse contexto de desconstrução de direitos.
Os advogados Silvio Boff e Samara Ferrazza, também do escritório Paese, Ferreira, trataram da terceirização de trabalhadores da saúde, das recentes alterações legislativas - incluída a Reforma Trabalhista de 2017 - e suas consequências danosas, bem como dos novos modelos privatizantes utilizados na área da saúde, a exemplo do que vem sendo pretendido em Porto Alegre pelo prefeito Nelson Marchezan e a nível federal pelo governo Bolsonaro.
Também fez uma exposição a economista Virgínia Donoso, que apresentou uma série de dados que mostram como foi possível no Brasil, através de crescimento econômico, garantir políticas voltadas a melhores condições de vida aos trabalhadores, como o incremento do salário mínimo. Chamou atenção para a desconstrução dessas políticas, que estão sendo rapidamente operadas.
Com intensa participação dos presentes, o evento foi encerrado no domingo com a fala da especialista em feminismo, Joanna Burigo, que muito bem relacionou o tema à luta antirrascista. Nesse sentido, foi destacado que a nova gestão do Sindisaúde-RS procurou garantir importante participação feminina: são 16 diretoras e 12 diretores. Trata-se de uma categoria predominantemente feminina.
Fonte e fotos: Sindisaúde-RS
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