23/05/2019

Escritório participa da Conferência Estadual “Enfermagem, saúde e democracia”, promovida pelo COREN/RS

A convite do Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul – COREN/RS, a advogada Marí Rosa Agazzi, do Escritório Paese, Ferreira, ministrou palestra no painel “Adoecimento, depressão e suicídio na enfermagem: vamos falar sobre isso?”, realizado no dia 21 de maio, no Anfiteatro do Hospital de Clínicas de Porto Alegre – HCPA. O evento realizado pelo COREN/RS foi uma das atividades desenvolvidas em comemoração aos dias que celebram o trabalho da Enfermagem (ocorridos no dia 12 e 20 de maio). Além do painel, a pauta da Conferência trouxe à discussão temas como “Saúde e Democracia”, “Protocolos de Enfermagem” e “Contribuição da enfermagem para SUS”, premiando trabalhos científicos de iniciativas pioneiras e lançando revista alusiva.

No painel sobre o adoecimento na enfermagem, a advogada Marí Agazzi destacou as mudanças ocorridas no mundo do trabalho pós-reestruturação produtiva, acirradas pela introdução de inovações tecnológicas e novas formas de vínculos de trabalho, num contexto político e econômico alinhado ao capitalismo. Salientou que as mudanças no mercado de trabalho, aliadas às formas de gestão que privilegiam o lucro e a concentração de renda nas mãos de poucos, empobrecem e fragilizam o trabalhador, sobretudo no seu direito ao emprego, à uma renda digna e ao seu bem maior, que é a vida/saúde, conforme dados da Organização Internacional do Trabalho - OIT. 

Ressaltou, ainda, que as novas modalidades de gestão impregnadas na área da saúde também estão em consonância com os ideais mercadológicos globalizados, de forma a degradar o ambiente de trabalho, seja pela redução dos investimentos em materiais e estruturas adequados, seja pela manutenção de recursos humanos insuficientes para atender a demanda, seja no fomento de políticas de gestão que valorizem mais a produção do que o profissional. Nessas condições, o adoecimento físico e mental encontra terreno fértil para o seu desenvolvimento, bem como práticas de assédio moral.

Marí Agazzi apresentou dados de pesquisa realizada em 2015, pelo Conselho Federal de Enfermagem - COFEN, junto aos profissionais de enfermagem brasileiros, que revelou números alarmantes acerca dos riscos a que estão expostos, como:

• Apenas 29% se sentem protegidos em seu ambiente de trabalho;

• 53% dos trabalhadores são maltratados (20% de violência física); 

• 360 mil trabalhadores sofreram violência (física /psicológica) nos últimos 12 meses; 

• 56%, ou seja, mais da metade do contingente adoeceram, recentemente, e tiveram que procurar atendimento médico; 

• 66% se sentem com desgaste profissional e medo.

Acesse aqui a pesquisa (realizada em 20/05/2019)