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IMESF – Aprovada greve geral nos postos de saúde a partir do dia 31

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Servidores do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família – IMESF decidiram em assembleia, na terça-feira, deflagrar greve geral da categoria a partir de 31 de julho, por tempo indeterminado. Após quase três anos sem reposição salarial, sem negociação de fato e com tentativa de retirada da GID, centenas de integrantes da categoria aprovaram a paralisação. Os funcionários do IMESF representam, segundo o vice-presidente do Sindisaúde-RS, Julio Appel, cerca de 70% do contingente de trabalhadores dos postos da Capital.

Mesmo com a paralisação de 2 mil trabalhadores na última quarta (18), o prefeito Nelson Marchezan não recebeu nenhum representante da categoria, que se juntou em frente à Prefeitura durante o dia. “Não há mais saída. A gestão do IMESF diz que não tem capacidade de negociação, a Prefeitura não negocia... são já quase três anos sem reposição das perdas. Chega, agora é greve!”, afirmou o presidente Arlindo Ritter.

A partir de agora, a gestão do IMESF, o Poder Público e a população usuária serão comunicados através de edital sobre a paralisação nos postos, que terá início dia 31, às 8h. Além disso, na quinta-feira (26), o Simpa realiza assembleia para deliberar sobre a greve. Se esta também for aprovada, todos os funcionários de postos de saúde da Capital estarão parados, o que paralisaria o atendimento básico.

A pauta

- Reposição das perdas da inflação de 2016, 2017 e 2018 (INPC).

- Integração da Gratificação de Incentivo ao Desempenho (GID) ao salário-base.

- Manutenção do Acordo Coletivo de Trabalho 2015 com os avanços já alcançados em mesa de negociação com relação às cláusulas sociais.

A assembleia

Cerca de 500 pessoas participaram da assembleia convocada pelo Sindisaúde-RS, Sergs (enfermeiros) e Sindacs (agentes de combate a endemias). O Soergs (dentistas) também acabou aderindo ao movimento.

O vice-presidente do Sindisaúde-RS, Julio Appel, conduziu os trabalhos, junto ao presidente Arlindo Ritter. Além deles, compuseram a mesa o presidente do Sergs, Estêvão Finger, a presidenta em exercício do Sindacs, Valdívia Gonçalves Lucas, e o presidente da CUT, Marizar Mello.

Appel começou desmentindo o e-mail que circulou no início do dia, que tinha a clara intenção de desmobilizar a categoria. “Pessoal, não caiam nessa: eles querem atrelar a GID a metas de desempenho. Isso é retirar o que vocês já têm por direito, retirar 10% do salário-base de vocês! A única saída é a nossa luta unificada”.

O advogado Sílvio Boff, do Escritório Paese, Ferreira, que representa o Sindisaúde-RS e o Sergs, reforçou a fala do vice: “Chega a ser um absurdo que os gestores chamem os sindicatos para fazer a ‘proposta’ que fizeram. É como se quisessem que nós ajudássemos eles”.

Após, os demais sindicalistas fizeram suas falas, para então passar à votação, que aprovou a greve por unanimidade, bem como elegeu uma comissão de trabalhadores, composta por pessoas de vários postos diferentes, que ajudarão a manter a categoria informada.

O TRT

Durante a tarde de terça-feira, 24 de julho, os sindicatos foram convidados a comparecer a uma reunião de mediação no Tribunal Regional de Trabalho da 4ª Região – TRT4 com o secretário de saúde em exercício, Pablo de Lannoy, e demais representantes jurídicos do município. No entanto, a gestão basicamente não apresentou nenhum avanço novamente para as negociações.

Entenda

O IMESF é uma fundação pública de direito privado que tem um contrato de gestão com a Prefeitura Municipal. Devido a essa situação, os funcionários do IMESF atuam sob o regime celetista, diferentemente de seus colegas representados pelo Simpa, os municipários.

Os municipários, ainda que atuando nos mesmos postos de saúde que os imesfianos, são contratados diretamente pelo município, trabalhando portanto sob o regime estatutário. Por essa razão, ainda que os trabalhadores exerçam exatamente o mesmo serviço, são representados por diferentes sindicatos.

Fonte: com informações do Sindisaúde-RS
Fotos: Assessoria de Imprensa Sindisaúde-RS/Stéfano Moura