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Moradores, ativistas e vizinhos realizam ato em apoio à ocupação Lanceiros Negros Vivem
A rua dos Andradas, na quadra que fica entre a Praça da Alfândega e a Rua General João Manoel — onde se instalou, na madrugada desta terça (4), a ocupação Lanceiros Negros Vivem — é espaço de passagem para centenas de pessoas que trabalham no Centro Histórico e buscam um local para almoçar. Há, naquele quarteirão e nos seguintes, diversos bares e restaurantes. Quem passou por ali, por volta do meio-dia, assistiu a um ato em apoio à ocupação: dezenas de pessoas pararam para acompanhar a fala de moradores e ativistas ligados à questão da moradia e dos direitos humanos.
“Hoje, dia 4 de julho, as famílias da Lanceiros Negros estão dando um recado para o Estado, para a cidade de Porto Alegre: vão seguir lutando por moradia. Depois da reintegração de posse truculenta ocorrida no dia 18 de junho, uma noite fria na cidade, as famílias da Lanceiros cresceram mais ainda. Estamos agora na ocupação Lanceiros Negros Vivem. Há mais de 150 famílias aqui, que se solidarizaram com as famílias da Lanceiros e estão juntos, no MLB, se organizando e lutando pela moradia digna. Nós vamos seguir até terminar o déficit habitacional neste país”, disse Nana Sanches, coordenadora do Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).
A ocupação recebeu, ainda nesta manhã, doações de entidades e de vizinhos que se solidarizaram com a ocupação. O ato do final da manhã de hoje foi também de apoio aos novos moradores. Para Claudir Nespolo, presidente da CUT-RS, é preciso acabar com “políticas que colocam os pobres na periferia da periferia”. Ele diz que há muitos vazios urbanos na cidade para serem ocupados e transformados em moradia social. “Para isso, é preciso transpor o interesse do capital que sempre vai tentar jogar pobre contra pobre, e o pobre para distante do centro da cidade. Não vai faltar um juiz que recebe cinco mil reais de auxílio-moradia para vir botar nota e determinar a desocupação”, alertou.
“Nós, no ano passado, fizemos duas recomendações à Procuradoria Geral do Estado e também ao Governo do Estado em relação ao direito à moradia e também ao direito à ocupação Lanceiros Negros. Elas nunca foram atendidas. Pelo contrário. A resposta do governo foi a violência e a afirmação dessa permanente ausência de uma política pública para moradia”
Cibele Kuss, representante do Conselho Estadual de Direitos Humanos e da Fundação Luterana de Diaconia
Rafael Passos, presidente do departamento estadual do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RS) disse, no ato, que o papel da arquitetura é fazer a lei que determina o uso social da propriedade urbana seja cumprida. “Imóvel vazio não representa nada para o desenvolvimento da cidade. É gasto para todo mundo, dinheiro público jogado fora e é imóvel que não está garantindo direito nenhum, muito menos o da moradia”, justificou.
Ainda hoje, a partir das 18h, começa uma vigília em apoio à ocupação. De acordo com o MLB, há a possibilidade de o pedido de reintegração de posse ocorrer ainda hoje.
Fonte: Sul21
Fotos: Guilherme Santos/Sul21
Data original de publicação: 04/07/2017
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